quinta-feira, 9 de setembro de 2010

Mãe e filha...



Uma filha! Uma menina!

Desde quinta-feira passada a minha relação com este bebê mudou completamente. Eu sempre tive aquele sexto sentido que era uma princesinha que estava crescendo aqui dentro e agora tenho confirmações visuais e médicas disso.
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Acho que tive influências externas para achar que era uma menina: logo no comecinho, ao contar para uma amiga da minha mãe - a Silmara -, ela me pergunta:
- Quando você acha que engravidou?
Diante da minha resposta, sem hesitar e com uma empolgação tremenda, ela me diz:
- Ah! É uma menina! Se fosse no começo do mês anterior ou no mês seguinte, seria menino; mas se você acha que engravidou nesse período... Não tenha dúvidas, é menina.
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Confesso que não foi uma descoberta muito fácil; assim como não foi fácil a própria descoberta da gravidez.
Desde o começo eu e Sil torcíamos fervorosamente para que fosse menino: ele já tem uma sobrinha de um ano, portanto, para "completar" sua família, nada mais gostoso do que o próximo novo membro ser um menino; e outra: todo homem sonha em ter um menino como filho pródigo.
Acho que a minha preferência está completamente ligada ao fato de eu ser madrinha de um anjinho de 2 anos e meio; como ele mora em outra cidade, não o vejo com frequência, mas é uma farra estar com ele; sem contar que nunca fui muito fã de roupas muito frufruzentas, vestidos de babadinhos, estampas de bonequinhas e todas essas coisas; adoro roupas de menino: bermudão, camisetinha, all star!!!
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Fui pro laboratório fazer o ultrassom na quinta-feira de manhã com uma ansiedade que não cabia em mim, saber que naquele dia eu poderia descobrir o sexo do bebê me deixou com borboletas no estômago desde a noite anterior. Já ouvi muita gente dizendo que só conseguiu ter certeza do sexo no 6º ou 7º mês, porque a perninha estava fechada ou porque o pimpolho estava numa posição que não colaborava para a visualização. Mas sendo filho de quem é - refiro-me ao pai - já é um neném todo dado e eu tinha certeza que ele estaria com as pernocas abertas, exibindo-se para o "momento ultrassom". Por ser o Ultrassom Morfológico do 2º trimestre, o exame era bem detalhado, verificando toda fisionomia e formação do baby. O médico não era grandes coisas, mas ia pontuando os órgãos, ossos e partes do corpo mostradas na tela... Mas nada de falar sobre o sexo da minha cria... Não sei se não falar é um procedimento padrão, já que alguns casais podem não querer saber até o momento do nascimento, mas ele podia perguntar se tínhamos interesse em descobrir.
Comecei a passar mal no meio do exame, estava deitada de barriga pra cima (claro!!!), mas muito reta, e o peso do bebê no resto dos órgãos começou a me deixar fraca. Aguentei firme por um bom tempo, mas o incômodo foi aumentando incrivelmente a cada minuto e informei ao médico assim que percebi que não suportaria mais. Mesmo com dores e querendo sair daquela posição o mais rápido possível, ao ouvir dele um "O exame já está acabando", não aguentei e imediatamente perguntei:
- E o sexo? Já conseguimos saber?
Ele disse que sim e foi "procurar" o meio das pernas do meu bebê.
Apareceu na tela um bumbum e duas perninhas - como se o bebê estivessem sentado e o estivéssemos vendo de baixo. Ele congela a tela e mostra uma região no meio das pernocas com o mouse:
- Estão vendo isso aqui? Isso é típico de menina.
Mexeu de novo e confirmou o que havia dito anteriormente.


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Olhei pro Sil e dei um sorrisinho indefinido, meio Monalisa, sem saber se era de felicidade ou de... de... não sei.
Não sei muito como contar isso; só sei que eu gostaria de ter saído do laboratório pulando de alegria, com um sorriso de orelha a orelha, mas não foi assim que aconteceu.
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Não me lembro da última vez que um filme teve tanta importância na minha vida: minha obsessão por ser menino havia passado há algumas semanas: estava em casa assistindo "A vida secreta das abelhas" quando me deparei com uma cena onde a personagem principal - uma menina de uns 8 anos - encontra uma foto antiga, onde ela está no colo da mãe e as duas estão olhando uma para a outra, sorrindo. Imaginei essa cena acontecendo comigo, eu, agora no lugar da mãe. Me deu uma sensação gostosa, uma vontade de ter uma filha, pra ser amiga, cúmplica, fofocar sobre tudo, passear no shopping e todas essas coisas de meninas-mulheres.
Mas a chegada de um bebê é esperada não só pela mãe, mas pelo pai também e saber que eu não daria um filho homem pro Silvio me deixou extremamente abalada. Eu sabia o quanto era isso que ele queria, porque ele só falava nisso: que seria um menino. Sempre que alguém dizia algo como "Como vai essa lindinha?" ou, até para "provocá-lo", cutucava: "Quando vai fazer o ultrassom para confirmar que é menina?", ele virava uma fera, dizendo: "Menina nada! É um moleque!"... Foi bem difícil pra mim saber que sim, ele estava feliz, mas não tanto quanto gostaria...
A gente conversou bastante e ele me fez ver as coisas de um outro jeito. Não que eu tivesse entendido errado as expectativas dele e o que ele sentia e sentiu ao saber que teria uma filha, mas me fez entender o que se passava ali dentro.
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Voltando ao começo do post...
Como eu havia dito, minha relação com este pequeno (não mais tão pequeno assim) ser que cresce aqui dentro mudou completamente! COM-PLE-TA-MEN-TE... Dizer 'ELA' e 'minha filha' se tornou incrivelmente natural desde o momento seguinte ao ultrassom.
Ver aquele bebezinho pela 4ª vez me aproximou dele de uma maneira indescritível. Aquele amor incondicional que tanto falam já é muito forte!!!
Antes desta quinta-feira eu já adorava ficar com a mão na barriga, massageando e fazendo carinho, pois sempre soube que meu bebê sentia sim o toque da mãe; mas agora mão e barriga parecem ímãs, não se desgrudam mais. Durmi praticamente a noite passada inteira com a mão no baixo ventre.
Quero muito que ela chegue logo, mas ao mesmo tempo é tão bom saber que minha filhota está aqui dentro, tão pertinho, tão cuidadinha, se mexendo e crescendo...
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Rola um lance que o primeiro filho, ou filha, sempre puxa mais ao pai. Agora fico imaginando como será minha lindinha...
Ela será linda, disso não tenho dúvidas, mas a boca da pititica será mais parecida com a minha boca ou com o bocão do Sil? E o nariz? E as mãos, os pés e o cabelo?

Pra quem é bom de imaginação: uma prévia de algumas características possíveis que a pequena possa herdar.



Agora só falta saber como vai ficar a "montagem"... =o)