terça-feira, 29 de novembro de 2011

25.11.11 - Macaquinha amestrada...


A cada dia que passa Luna fica mais engraçadinha, tipo em progressão geométrica. E aprende coisas novas o tempo todo. E isso a torna a macaquinha amestrada da família pois é claro que todo mundo fica pedindo que ela faça isso ou aquilo o tempo todo.



Por exemplo, meu pai passou creme hidratante na mão e cheirou, dizendo: "Nossa, que cheiro gostoso!". Aproximou sua mão do rosto da minha mãe e ela também cheirou, repetindo mais ou menos a mesma frase. Ele estava com Luna no colo e, quando colocou a mão próxima ao rosto dela, ela inclinou levemente seu corpinho pra frente e encostou o nariz na palma de sua mão.



Na casa deles também fica um cachorro de brinquedo com uma espécie de ábaco na parte de cima; um arco com as pecinhas coloridas para o bebê mexer. E Luna começou a pacientemente passar as pecinhas, uma por uma, de um lado a outro do arco. Ela faz uma pinça com seus pequenos dedos gordinho e pega cada pecinha na pontinha, levando-a pro lado oposto de onde ela se encontrava. Quando acaba, faz tudo de novo, pro outro lado.



Há meses Luna se tornou uma beijoqueira assumida. É só pedir um beijo que ela solta um no ar, bem estalado, com a boca aberta mostrando seus dentões de coelhinha. Mas Dona Otília - avó paterna - começou a ensiná-la a dar beijo na bochecha; Luna encostava os lábios no rosto da avó e mandava aquele beijo barulhento. Comigo isso nunca deu certo. Depois de algumas semanas, comecei a pedir esse beijo "avançado", apontando o dedo indicador na bochecha e esperando a reação dela. Não é sempre que ela está com vontade, mas quando está ela me dá um beijão de boca aberta, sem barulho, sem nada, mais uma babada na bochecha. Mas é uma delícia, cheio de afeto.



Aos anos cinco de idade Silvio ganhou de seu tio – irmão de sua mãe, que também chamava Silvio - um pequeno cachorro de pelúcia. Como tinha paixão pelo tio, guardou com carinho o bichinho durante todos esses anos. E hoje o pequeno passou de pai pra filha. Antes o peludo ficava na estante de brinquedos, no quarto dela. Depois de uma crise alérgica e uma consulta com um pediatra alergologista – que proibiu pelúcias expostos pela casa -, o animal indefeso foi parar dentro do armário, quase esquecido. Um belo dia resolvi tirá-lo dali e deixá-lo na caixa de brinquedos da Luna, na sala. E em todos os momentos de brincadeiras, eu e Silvio sempre pegamos o cachorrinho pra entrar na brincadeira, apresentando-o á pequena: Filha, olha o cachorrinho, como ele faz? Au au!


E não é que ela aprendeu?! Sempre que Luna vê um cachorro na rua ou na casa de alguém, ela olha encantada e trata logo de cumprimentá-lo: Au au. Na verdade sai um “Auá”, mas é porque ela tem um estilo personalizado de conversar com os bichos.



E a mais recente descoberta: sabem quando a gente passa os dedos pelos lábios, um por um, começando pelo mindinho, de cima pra baixo, fazendo um barulho engraçado como se estivéssemos os tocando igual a um instrumento? Brincando com Luna desse jeito hoje de manhã, ela tira a chupeta e começa a nos imitar. E no carro, a caminho da escola, a mesma coisa.



Cada conquista, cada descoberta do mundo e de seu próprio corpo é tão cheia de significados! Os bebês nos encantam também por isso, nos fazem lembrar as pequenas coisas da vida. Luna me ensina a cada dia a importância da paciência e do amor; me ensina o valor que tem a “simples” descoberta de encaixar um brinquedo no outro, de experimentar um sabor novo, de falar – e repetir e repetir - uma sílaba que era desconhecida.