segunda-feira, 27 de fevereiro de 2012

27.02.2012 – Uma chave e a paranóia

Quatro pessoas possuem uma cópia da chave da minha casa: eu, Silvio, minha mãe e minha sogra.
A minha fica em dois lugares possíveis: no porta-chaves do armário do escritório ou no bolso direito da minha mochila.

Mas a semana passada foi um tantinho agitada e mudamos (mais ainda) nossa rotina: Silvio com conjuntivite, sem poder me ajudar com as demandas da pequena e sem poder sair de casa; eu levava Luna sozinha pra escola e, pra poder buscá-la, deixava o carro no metrô.

E acontece que na sexta-feira perdi minha chave. Era um tal de sair com a mochila toda, sair só com as coisas da Luna, ir ao mercado só com a chave e a carteira... E nessa bagunça, me desorganizei. Cheguei à noite, precisei dela por algum motivo e... Cadê?

A parte da chave foi explicada, a paranóia começa aqui:

Observação importante: Moramos num condomínio de 16 sobrados e temos um funcionário de uma empresa terceirizada que fica por lá ás 2ª, 4ª e 6ª-feiras para lavar, tirar lixo, regar o jardim, essas coisas. Recentemente o funcionário antigo, gente boa e trabalhador foi “substituído” (não ficou muito claro o motivo) por um cara mal educado, mal encarado e vagabundo. Na reunião de condomínio desde final de semana a opinião sobre o cidadão foi unânime: fora já! Quem tem segurança de morar num lugar com uma pessoa dessas circulando livremente perto de nossos pequenos?! Mas acontece que na semana passada ele ainda estava lá e isso conta muito pra minha história.


Cheguei exausta em casa na sexta, então procurei a danada da chave em cada milímetro superficialmente em lugares mais “prováveis”; sem sucesso. Então me lembrei do tal cara da empresa terceirizada e entrei numas de achar que o cidadão poderia ter encontrado a chave – já que eu não fazia idéia de onde poderia ter perdido deixado a dita cuja – e poderia estar planejando entrar na minha casa de madrugada pra assaltar ou sabe-se lá o quê. Mas foi uma paranóia tão grande que eu cheguei todas as portas e janelas dez vezes (como se isso fosse adiantar caso ele estivesse com a chave) e fui dormir (já que não tinha outro jeito) com o coração apertado e a cabeça a mil.
Como o final de semana foi bem agitado – e tínhamos a chave do Silvio em uso – acabei não procurando mais.

Noite de sábado pra domingo, a mesma paranóia. Ai que merda! Esses noticiários, por mais “realistas” que sejam, de gente sendo seqüestrada, bebês sendo maltratados por familiares e desconhecidos e todo tipo de horror “verdadeiro” andam me fazendo um mal danado. E não é que eu assista! Mal tenho tempo de sentar na frente da TV, e quando rola, é pra assistir coisas como Cocoricó com a Luna ou seriados de canais pagos. Mas a gente sabe que essas notícias correm atrás da gente, né? E as redes sociais as propagam bem também. Acho que precisa ser divulgado sim, não dá pra esconder a realidade que passeia ao redor. O problema é como a coisa é feita e retratada.


O lance todo é que tudo isso sempre aconteceu e nunca me afetou do jeito que me afeta hoje. Eu sofro demais com cada notícia, como se tudo estivesse acontecendo com a Luna. Notícia de seqüestros de bebê? Parece que estão arrancando a Luna de mim. Mulher que vai abortar, pois não quer ter filho agora, por mais que o companheiro insista que ficará tudo bem (sim, isso aconteceu recentemente com um querido meu)? Quase morro de dor no peito; sofro e choro copiosamente! Notícia de bebê que é jogado fora assim que nasce, que apanha por chorar ainda com meses de vida?! É demais de terrível! Mas TENHO que entender que não tenho muito o que fazer e principalmente que a Luna está bem. Sempre falo que eu preciso de terapia, mas que no momento não vai estar sendo possível, sabe como é...

Enfim. E pra ajudar, Silvio acordou no domingo ás 09h15 (do horário de verão) e me chamou: “A Luna ainda não acordou, nem pra mamar de manhã?” Eu ainda meio tonta, parei uns segundos pra pensar e conclui que... Não! Pronto; se o objetivo dele era me matar do coração (quase) conseguiu.

Ele correu até o quarto ao lado e encontrou a pequena deitada, de olhinhos bem abertinhos. Tomou um susto, pois ela não se mexia, mas na verdade e delicinha deveria estar num de seus pensamentos profundos. E o domingo começou com todos muito bem.

Passamos o dia fora e só voltamos no final da noite (sim, era bem tarde). E decidimos dar uma geral de verdade para tentar encontrar a abridora de portas. A busca detalhada começou já no carro... Nada. Subimos pra casa e o Silvio foi olhar na minha bolsa; porque eu já tinha olhado duas vezes, mas olhar de homem – ainda mais do Silvio - é diferente, né?! Encontrou alguma coisa? Claro que não! Desânimo total! E aí, “despretensiosamente”, ele fez o gesto mais simples do mundo: levantou o carregador da bateria do notebook, que estava na bancada do escritório. E eis que ali, brilhando meio encardidinho, estava meu trio de chaves. Recebi do marido um olhar 43 - ao contrário - com a argolinha que prende as chaves pendurada no dedo e um ‘prestenção’ de pai. Ufa! Que alívio.

E nesta noite dei um beijo bem gostoso da minha pequena, senti seu cheiro de neném grande e meu travesseiro me pareceu leve, leve; bem diferente daquele tijolo das duas noites anteriores. E agora acrescentei um chaveiro bem grande ao molho de chaves e a promessa de que tomarei mais cuidado com o pequeno objeto causador de pânico interno.

sexta-feira, 24 de fevereiro de 2012

18.02.2012 – Canudinho

O bom de a Luna ser uma das caçulas - de um grupinho de amigas que pariram mais ou menos no mesmo tempo - é poder ter um termômetro na prática, na vida real, do que rola em cada fase.

E aí que recentemente fomos percebendo que as pequenas crias dos queridos próximos foram se adaptando á um novo modo de sucção: o canudinho; se adaptando e gostando!

Mais uma vez o pai da Luna foi quem teve a iniciativa. Nosso novo “momento mágico” rolou assim, de repente. Silvio teve a idéia e eu peguei uma caixinha de Ades no armário (pra mim, ainda o melhor de soja) e sentei no sofá, ao lado dos dois. Aí veio a questão: como ensiná-la? Neste momento agradeço a fase “bebê imita tudo o que fazem”. Foi só o Silvio simular o movimento no ar e depois repeti-lo no canudinho que Luna já foi querendo fazer o mesmo. E deu super certo! Super? Ela se babou um pouco. Um pouco? Babou-se bem! Se dava uma puxadinha só, beleza, engolia e pronto; mas se puxava mais vezes, metade do líquido vazava da boca. Vamos dar tempo ao tempo, né minha gente? Sem exigir demais da gorduchinha.

E agora que ela aprendeu a tomar suco de canudinho, não quer saber de outra coisa; ainda por cima “exige” segurar sozinha a caixinha. E sempre seguindo as recomendações do pediatra: suco artificial, só de soja!

quarta-feira, 22 de fevereiro de 2012

22.02.2012 - As (in)definidas transições de fase


Aí fico pensando até que ponto essas delimitações valem para as mães.

Temos aqui dois lados da “mesma” moeda:
O primeiro é achar que nossos bebês não crescerão nunca. Estou bem no começo da jornada, mas já ouvi tantas vezes o mesmo tipo de pensamento que considero um sentimento universal. E imagino que é legítimo mesmo. Acredito que o tempo passa tão rápido (E como!) que é quase impossível pra uma mãe aceitar que sua cria já não é mais a mesma de meses ou até anos atrás. E aqui aparece todo tipo de situação: desde mães que “sofrem com o crescimento” dos filhos mais naturalmente e se adaptam ás mudanças de um jeito saudável; até mães que praticam o apego fazendo a mala e o prato de seus pequenos marmanjos.

E o outro lado é onde me encontro neste exato momento: achar que seu pequeno bebê já está tão crescido que você se esforça pra lembrar como ele era há poucas semanas atrás. Luna já manda beijo, mama sozinha, engatinha, sabe lavar a barriga, pentear o cabelo, limpar a orelha, encaixar algumas peças de brinquedo, desenhar com giz (rabiscos tão originais e artísticos!), beber no canudinho, dar piscadinha (isso entra na lista de “coisas inúteis que ensinamos aos nossos pequenos apenas porque achamos encantadoramente lindo e ficamos mostrando pra todo mundo!”) e neste feriado ela descobriu que consegue ficar de pé sozinha! Não, não é ficar de pé parada sozinha, mas estar sentada, apoiar mãos e pés e levantar! Quase morri de emoção quando ela fez isso pela primeira vez na minha frente. Tão de repente!

Alguns especialistas dizem que durante os primeiros dois anos de vida acontecem alguns saltos de desenvolvimento, onde os bebês descobrem uma nova habilidade e ficam tão entusiasmados que querem praticá-la o tempo todo; seus sistemas perceptivo e cognitivo mudaram, houve uma maturidade neurológica, mas não tempo hábil para adaptação às mudanças.

Mas peraê, e cadê o tal tempo hábil para que nós nos adaptemos a essas descobertas? Às vezes me pego pensando em tudo que vivemos até agora e sinto como se fosse ontem abril de 2010 que descobri a gravidez da Luna. Aí penso que isso realmente faz “muito” tempo e volto ao seu nascimento. Ah! Esse sim foi ontem janeiro de 2011. E hoje ela já anda! Minha bebezica tão cheirosa e fofinha já fica em pé e (praticamente) anda sozinha!

O mundo pode parar só um pouquinho pra eu descer e digerir tudo isso sem que mais mudanças e aquisições de habilidades e novidades aconteçam? Teoricamente (literalmente) ela ainda é considerada um bebê, mas faltam apenas cinco meses para que ela pule fora dessa classificação e se torne uma criança. Eu acabei de ser mãe de um bebê, não podemos continuar assim por mais um tempo? Por favooooor?

É claro que tudo é gradativo e na prática nada mudará, mas ser mãe de um bebê tem uma aura mágica que acho que pode “se perder” um pouco conforme os pequenos vão crescendo. Não sei ao certo, vou ali surtar viver e conto mais depois.

quinta-feira, 16 de fevereiro de 2012

16.02.2012 – Só uma lembrancinha – e a importância dos presentes

Não é uma regra, mas muita gente, ao virar pai e mãe, é acometida de um consumismo incontrolável; ou quase incontrolável, já que os orçamentos familiares se apertam “um pouco” nesta nova etapa da vida. Tudo que vemos, queremos comprar pros nossos pequenos; roupinhas, sandalinhas, brinquedinhos, tiarinhas e todos os itens que o extenso catálogo do setor bebê-infantil trabalha arduamente em desenvolver e deixar á nossa disposição.

Mas muita coisa que temos em casa (no carro, na casa das avós, e espalhados em todos os lugares possíveis) nos foi dada. Pelo menos no nosso caso é assim. Luna é a primeira bisneta, neta e sobrinha (da minha família) e sou uma das primeiras amigas (de todos os círculos) a ter filhos. Por aí dá pra imaginar a quantidade de coisas que todos os parentes e queridos já deram e estão sempre dando pra pequena, mesmo fora de época.
Minha mãe, louquinha da vida pela neta, dá presentes quase quinzenalmente. A madrinha da Luna – minha cunhada – e minha sogra deram presentes em todos os mêsversários da fofa durante seu primeiro ano. É festa junina? Dona Bete compra uma roupinha caipira. Luna vai entrar na natação? A avó vai e compra um maiô. Luna está sem touca pro frio? Dona Otília compra uma linda! Os bodys de calor estão ficando pequenos? A avó paterna sabe de uma loja que vende uns no tamanho 01 e até 02. E por aí vai...

E o final de ano é bem agitado:
Dia das crianças - 12 de outubro
Natal - 25 de dezembro
Aniversário da Luna - 13 de janeiro.
Dá pra imaginar a quantidade de coisas novas que entraram em casa em menos de três meses?!

------------------------------------

Luna ganhou um livro de bichinhos há alguns meses; na hora do banho “lemos” o livro mostrando cada animalzinho, seu nome e o que está fazendo. E é assim todos os dias. Ontem, pela primeira vez, Luna apontou o macaco quando perguntei por ele. E isso me fez pensar na importância daquele objeto, “apenas uma lembrancinha” que ela ganhou não me lembro quando.

Posso estar ‘viajando na maionese’ (ai que gíria tão 2001!), mas pensei que o desenvolvimento de um bebê tem muito (muito!) a ver com os estímulos que recebe de quem ama, de quem está perto e de quem dá carinho. Mas acho que tem a ver com os instrumentos que os pais, avós, tios e amigos se apropriam para dar conta dos estímulos. E não tem instrumento melhor do que tudo que está ali ao redor, como os brinquedos da sala, do carro, da banheira, do quarto.

O que quero (tentar) dizer é que ás vezes, um brinquedinho que alguém deu apenas como uma lembrancinha pode se tornar significativo de um jeito pra criança e permitir que ela aprenda um tanto com aquilo! Aquele bichinho, aquele livrinho, podem se tornar os preferidos daquele bebê e fazê-lo conhecer um mundão ali. Acho que são pequenas escolhas, nossas e de quem está “junto” que vão construindo as descobertas do dia-a-dia.

quarta-feira, 15 de fevereiro de 2012

‎13.02.2012 - Luna - 1 ano e 1 mês


 
O amor que eu te tenho é um afeto tão novo
Que não deveria se chamar amor
De tão irreconhecível, tão desconhecido
...
Que não deveria se chamar amor
(...)
E poderia simplesmente não se chamar
Para não significar nada e dar sentido a tudo

(Paulinho Moska)

terça-feira, 7 de fevereiro de 2012

07.02.2012 - Quando a cegonha levantou vôo...


Em 20 de julho de 2010 Luna já estava com 15 semanas, dentro da minha barriga. Meu primeiro post aconteceu neste período; e ele começa assim:

“Entro hoje (segundo os cálculos dos médicos) na 15ª semana de gravidez decidida a, finalmente, compartilhar com amigos e conhecidos essa nova fase da minha vida e todas as dores e prazeres pelos quais estou passando. Meio tarde, eu sei, mas ainda tenho quase 6 meses pela frente e vou "tentar" recuperar o tempo perdido. A história do blog começou assim:

Tenho uma amiga no trabalho que está "mais grávida do que eu". Numa conversa com ela ontem, perguntei como ela estava "registrando" tooooodo esse turbilhão de sentimentos e acontecimentos desses seis meses de gravidez. Ela disse que escreve em um caderno, com direito à canetinhas coloridas, desenhos e colagens.
Fiquei me sentindo uma mãe desnaturada; a única coisa que fiz até agora foi tirar foto da barriga nessas últimas duas terças-feiras (e assim será toda terça-feira!)
e subir meu e ultrassom no Youtube.
Decidi começar um blog, pronto! Nunca tive lá uma grande tendência a escrever sobre a minha vida, mas fico pensando na minha infância: minha mãe é uma aficionada por fotografar a família, viagens, aniversários e tudo mais, então tenho tanto registro e tanta memória visual que dá gosto. Volto no tempo - ano a ano, quase mês a mês - cada vez que começo a virar as páginas dos álbuns de fotografia aqui de casa. E quero fazer igual ou melhor agora que a mãe sou (porque já sou!) eu.

Fotos e vídeos estarão mais do que garantidos! O tal "casa de ferreiro, espeto de pau" não terá vez nesta família! Mas escrever já é outra história... Leva um tempo maior, uma
dedicação maior. É um baita exercício de se olhar, olhar o que está fora e o que está dentro, nossa!!!

Mas vamo que vamo!!! E outra! Terei uma super ajuda - assim espero - da outra metade responsável por tudo isso. Silvio, o papis d@ pimpolh@ - também irá dar as caras por aqui... Não garanto freqüências semanais nem coisa do tipo, mas prometo atualizar sempre que possível.”


-------------------------------------------------------------------


Confesso que não sinto grandes vontades de reler o que escrevi no passado. A gente muda demais ao longo da vida e ao reler o que já escrevi acabo achando aquilo uma mistura entre engraçado, vergonhoso, bizarro, fofo e inteligente. Um ano e meio atrás não é um passado lá tão distante, mas nesse meio tempo passei por uma gestação e fui mãe de uma princesa que hoje já tem (sim, já!) um ano e 25 dias. Então sou outra, completamente diferente daquela que eu era quando escrevi aquele primeiro post. E acho que colocar este primeiro texto aqui faz todo sentindo, porque ficaria incompleto pra eu contar apenas hoje como começou, sem ir buscar como foi esse começo para a Aline de 2010.

Eu tenho uma dificuldade muito grande em começar a escrever os textos pro blog e só parar depois que digitar o último ponto final. E foi assim desde o começo. Não sei se é porque são palavras muito caras pra mim, se eu me coloco ali por inteira, não sei e não vou fazer qualquer tipo de análise aqui e tentar encontrar os motivos; mas a questão é que eu abro o arquivo onde estão todos os posts - desde o primeiro - coloco a data, suspiro fundo e começo a escrever. Mas aí, depois do primeiro parágrafo - ou, ás vezes, da primeira linha – minimizo a janela, vejo se tem atualização no Facebook, no e-mail da empresa ou no e-mail pessoal; passo a música que estava ouvindo, bebo água, pego alguma coisa pra comer ou mando uma mensagem no celular. E assim o texto vai saindo.

Mas, olha, eu tenho um orgulho danado desse blog. Não sou escritora, jornalista ou poetisa. Quando escrevo aqui tenho minha filha e todo esse nosso mundo na cabeça e no coração e deixo as palavras irem saindo. Do jeito que vierem. Depois releio e ajusto, às vezes muito, às vezes quase nada. De vez em quando publico com uma sensação deliciosa de ter contato um fato do jeito mais gostoso possível; de vez em quando acho que tá uma merda, mas publico mesmo assim, porque foi desse jeito que eu pari aquele texto e pronto. E muitos outros nascimentos estão aqui dentro ainda, e eu fico cuidando e gestando, esperando que eles estejam prontos pra caírem no mundão, virtual, neste caso.

Até poucas semanas atrás o blog era um mundinho bem meu – do Silvio também, mas suas participações são mais tímidas. Eu escrevia pra mim e pra deixar pra Luna um registro de sua vida sob o meu olhar e mostrar pra ela que eu posso não ter acertado muitas vezes, mas tentei ser a melhor mãe possível. Mas de um tempo pra cá comecei a mergulhar na blogosfera maternal e eis que descubro dezenas de blogs de mães. Dezenas! Mães e filhos de todos os tipos, jeitos, modos e gostos. E achei tudo uma delícia! E foi assim que descobri o Super Duper, da Anne (e descobri que a gente havia se cruzado há uns 15 anos e depois nunca mais a vi; coisas da vida) e o Mamatraca; e quero agradecer aqui a possibilidade de me fazer sentir novamente aquele gostinho doce (e ansioso) do começo.

segunda-feira, 6 de fevereiro de 2012

06.02.2012 – Vamos lavar roupa suja?

Literalmente!

Eu morava com meus pais até 15 dias antes da Luna nascer (já dá pra perceber a maratona que foi nossas vidas durante a gravidez). E eu sempre ajudei minha mãe com pequenas tarefas na casa, mas isso acontecia mais aos finais de semana, já que uma moça fazia o trabalho pesado ás segundas, quartas e sextas-feiras.  E lavar roupa era uma coisa que eu realmente não precisava fazer nunca.

Na minha própria casa isso mudou, óbvio. E desde que me mudei faço reverências semanais para a máquina de lavar roupa; só não ajoelho e abraço o eletroeletrônico, porque ficaria estranho se os vizinhos vissem a cena.

Então somos três: eu, Luna e Silvio. Até poucos meses atrás as roupas eram lavadas assim: joga na máquina, sabão, amaciante, liga e espera. Óbvio que as pequeninas peças da (ex-)nenezinha tinham um cuidado um pouquinho maior: lavadas separadamente, com sabão especial; babadores, rastros de cocos que vazavam da fralda e leites babados nos bodys e afins eram esfregados antes. E todos viviam felizes para sempre.

Acontece que Luna começou a engatinhar por volta dos nove meses. Desde então sou presenteada, quase diariamente, – vindas na sacola de roupas sujas da escolinha - com calças “pintadas de sujo” no joelho. Ainda bem que tem feito um tempo ótimo nos “últimos meses”. Na prática isso significa que Luna usa mais vestidinhos e shortinhos, o que significa menos calças sujas e menos desespero da mamãe.

Mas de vez em quando eu pego umas que parecem que a mancha escura faz parte do tecido, que foi feito assim. E aí recorro para a fórmula mágica de lavar roupa da minha sogra – especialista competentíssima no assunto: sabão em pedra, esfrega, enxágua, mais sabão, deixa de molho, enxágua e plim!

Na maioria das vezes a sujeira resolve desapegar da roupa e vai embora pelo ralo. Mas e quando aquela praga não desgruda da roupa e não sai nem com reza braba?! Repito o procedimento, esfrego até meus dedos pedirem arrego, esfrego delicadamente com uma escovinha. Outro dia fui radical, deixei a roupinha insistente de molho no Vanish (propagandas a parte e não que eu ache certo lavar roupa de bebê com isso) e aí sim deu certo.
Mas tudo isso rola quando sou eu que lavo as roupas, claro! Porque é só a avó paterna da Luna se posicionar na frente do tanque que tudo fica limpo como num passe de mágica. Sogrinha amada! O que faríamos sem você? Essa mulher sabe tirar machas de qualquer coisa em qualquer tecido. Nunca vi!

E to bem sentindo que isso só vai piorar. Por enquanto as áreas afetadas são “apenas” joelhos e bunda, mas e quando ela começar a brincar no parquinho de terra, brincar de esconde-esconde e se enfiar em todo tipo de lugar sujo, brincar de boneca e casinha sentada na área comum do condomínio? Ai de mim! Ai de mim!