terça-feira, 24 de julho de 2012

24.07.2012 – Mãos na cabeça!

A gente se vira do avesso em muitos momentos durante a educação dos filhos; como por exemplo para fazê-los comer, fazê-los dormir, tomar banho (quando a ideia de parar de brincar parece que irá matá-los), lição de casa – ainda não passei por isso -, etc, etc, etc. E recentemente descobri mais um momento na nossa relação com Luna que exigiria vasculhar a mente atrás de uma ideia criativa: a hora de trocar a fralda de cocô.
Escrevi aqui sobre a não recente fixação da pequena por lenços umedecidos; mas até pouco tempo atrás ela focava a limpeza no rosto, nas mãos e na barriga. De umas semanas pra cá a troca de fralda virou uma “disputa” de quem consegue limpar primeiro a área “baixa”. Acho que de tanto Luna me observar passando o lencinho ali, deve ter desenvolvido – pra isso também - aquele instinto de imitar tudo o que a mãe faz.
Quando a troca de fraldas é apenas por conta do excesso de xixi, até tudo bem; nesse caso dou um jeito de correr e limpar a região primeiro, antes que Luna pegue o pedaço de lenço que dei e esfregue suas partes íntimas. Mas a grande questão toda é quando abro a fraldinha porque sei que vou encontrar ali um presentinho mal cheiroso. Mesmo que nem sempre Luna esteja com o tal do lenço, acho que o momento da retirada da fralda dá certo alívio nela e a mocinha fica tentada a colocar a mão numa área que está a maior parte do tempo coberta. Então, com lenço ou sem o perigo é o mesmo. Assim que abro as abas adesivas da fraldoca, já estou com papel higiênico na mão e começo imediatamente a retirar os restos do que um dia foi comida. E é sempre um entrelaçar de braços, meus e dela, as duas querendo limpar e se limpar.
E daí que na semana passada, no meio de um furacão fedorento, eu tive a ideia de uma brincadeira com segundas intenções. Assim que tirei a fralda, antes que Luna pudesse fazer qualquer movimento com os braços, eu olhei pra ela e disse: “Filha, mãos na cabeça! Isso! Deixa a mão aí hein!”. E funcionou perfeitamente por três segundos, porque é óbvio que criança não aguenta ficar mais tempo que isso numa mesma posição, principalmente quando a posição é sugerida por um adulto e pra ela não faz o menor sentido. Mas aí a gente vai brincando: “Filha! Não pode abaixar a mão. Mãos na cabeça de novo!”. E a coisa vai rolando.
Tudo isso é bom pra você aprender a fazer as coisas mais rápido, quando necessário, e ajuda até a estimular sua criatividade. Esses filhos nos tornam pessoas melhores a cada dia, hein! Com cocô ou sem cocô.

segunda-feira, 23 de julho de 2012

13.07.2012 – Luna – 1 ano e 6 meses


“I could stay awake just to hear you breathing
Watch you smile while you are sleeping
While you're far away and dreaming
I could spend my life in this sweet surrender
I could stay lost in this moment forever
Every moment spent with you
Is a moment of treasure”
 (I Don't Wanna Miss A Thing – Aerosmith)

terça-feira, 17 de julho de 2012

Desventuras em série - De carona no cinema

Veja dicas de outros filmes que tenham participações relevantes de bebês e crianças ali no cantinho esquerdo do blog.Saiba mais sobre o projeto, aqui.

Li o primeiro livro desta coleção no começo dos meus 20 anos; e adorei! Foi indicação da minha tia jornalista que sempre tinha ótimos livros na estante de casa; sempre que íamos almoçar na casa da minha avó, eu nunca esquecia de dar uma passadinha no quarto dos fundos e, com cara de pidona, pegar um ou outro emprestado.
Não lembro porque deixei de ler os outros livros da série, não adianta nem fazer suposições, não lembro mesmo.
Mas lembro que fiquei super feliz quando anunciaram a estréia do filme. Na época eu não conhecia ninguém que sabia sobre os livros e ver que fizeram um filme de uma história que só eu (será que eu tinha poucos amigos na época? È uma hipótese...) tinha lido foi demais!
Digamos que não seja um filme para crianças muito pequenas; eu o considero uma super produção cheia de efeitos especiais e trilha musical forte, por conta da própria história; mas acho que os mais crescidinhos vão adorar! Ter Jim Carrey no elenco sempre vale “perder” umas horinhas.


Título original: Lemony Snicket's A Series of Unfortunate Events

País: USA | Germany

Linguagem: English

Data de estréia: 21 January 2005

Gêneros: Aventura, comédia e Fantasia

Diretor: Brad Silberling

Escritores: Robert Gordon (roteiro), Daniel Handler (livros)


Sinopse

Klaus (Liam Aiken), Violet (Emily Browning) e Sunny (Kara Hoffman e Shelby Hoffman) são três irmãos que repentinamente recebem a notícia de que seus pais morreram em um incêndio. Como são menores de idade eles não podem ainda herdar a fortuna de seus pais, o que apenas ocorrerá quando Violet, a mais velha, completar 18 anos. O trio passa então a morar com o Conde Olaf (Jim Carrey), um parente distante bastante ganancioso, que deseja tomar a fortuna das crianças para si. Para atingir sua meta Olaf não medirá consequências.

Elenco

        Jim Carrey                     ...    Count Olaf
        Liam Aiken                    ...    Klaus
        Emily Browning              ...    Violet
        Kara Hoffman                ...    Sunny
        Shelby Hoffman              ...    Sunny
        Jude Law                       ...    Lemony Snicket (voice)
        Timothy Spall                 ...    Mr. Poe
        Catherine O'Hara           ...    Justice Strauss
        Billy Connolly                 ...    Uncle Monty
        Meryl Streep                  ...    Aunt Josephine
        Luis Guzmán                  ...    Bald Man (as Luis Guzman)
        Jamie Harris                  ...    Hook-Handed Man
        Craig Ferguson               ...    Person of Indeterminate Gender
        Jennifer Coolidge           ...    White Faced Woman
        Jane Adams                   ...    White Faced Woman

Prêmios


OSCAR
Ganhou
Melhor Maquiagem

Indicações
Melhor Direção de Arte
Melhor Figurino
Melhor Trilha Sonora

MTV MOVIE AWARDS
Indicação
Melhor Vilão - Jim Carrey

Curiosidades:

O roteiro de Desventuras Em Série é uma adaptação de "A Series of Unfortunate Events", nome de uma série de 13 livros de autoria de Daniel Handler.

A Nickelodeon Movies comprou os direitos de adaptação para o cinema de "A Series of Unfortunate Events" em 2000. Como logo em seguida a Warner iniciou a produção de Harry Potter e a Pedra Filosofal, que tinha o mesmo público-alvo da série de Daniel Handler, a Nickelodeon decidiu por adiar o projeto por alguns anos.

Inicialmente seria Barry Sonnenfeld o diretor de Desventuras em Série, que deixou o projeto devido a problemas de orçamento.

Os atores
Johnny Depp, Emma Thompson e Joan Cusack estiveram cotados para atuar em Desventuras em Série. A atriz Christy Carlson Romano esteve cotada para interpretar a personagem Violet.

A maquiagem usada por Jim Carrey em Desventuras em Série levava 3 horas para ser preparada.

O estranho carro visto no trailer é um modelo Tatra 603, fabricado na antiga Tchecoslováquia e usado como limusine pelo Partido Comunista local. O carro foi desenhado em 1955, sendo que o modelo exibido no filme foi fabricado entre 1968 e 1975.

Durante as filmagens, o ator Liam Aikne, na época com 13 anos de idade, cresceu 11 cm, o que fez com que todo seu figurino precisasse de ajustes. No fim do filme ele é visivelmente mais alto que Emily Browning, que interpreta sua irmã mais velha.

Director Brad Silberling admitted on the director's commentary that in some scenes the stand-ins for Kara Hoffman and Shelby Hoffman, the Knight babies, often appeared on camera instead of the original twins (but with their faces covered slightly).

In the stairwell where we first meet Count Olaf, there is a portrait of Olaf in Shakespearian garb, reaching out with his hand. This is almost an exact duplicate of a picture of John Barrymore playing "Hamlet".

When Count Olaf locks the orphans in the car, you can briefly see the words, "Last Chance" painted on the slanted roof. The Last Chance General Store was featured in the eighth book, "The Hostile Hospital".

The movie has elements from the first three books, "The Bad Beginning", "The Reptile Room", and "The Wide Window".

Early in pre-production, Scott Rudin was attached to produce this movie, with Barry Sonnenfeld as director. Rudin later left the project over "budgetary conflicts", and Sonnenfeld left soon after. However, both are still credited as executive producers.

Triplets were originally cast to play the role of Sunny Baudelaire. But when the trio developed stage fright and separation anxiety and would do nothing but cry, they were replaced by twins Shelby Hoffman and Kara Hoffman.

In the film, Liam Aiken's character's home burns to the ground. During the premiere, Liam got word that his house was on fire.

When the children first meet Count Olaf and Jim Carrey says, "Wait, give me that last line again," was not actually in the script, it was Carrey staying in character and wanting to try it again, but they kept the cameras rolling and felt it worked the way it happened.

After scouring ballet schools looking for a girl to play Violet Baudelaire, the casting director was exercising at the gym when she spotted Emily Browning on television, and decided to get her for an audition.

Filming stopped on several occasions after one of the twins playing Sunny (Shelby Hoffman and Kara Hoffman) fell asleep.

Originally, Brad Silberling wanted Sunny to be pure CGI. While he eventually used real babies for the part, at least four of Sunny's scenes have a CG baby because they would be impossible or dangerous for a real child to do. Among these are shots of Sunny hanging on to a table by her teeth, and catching a spindle with her mouth, and the scene where she is entangled with the Incredibly Deadly Viper.

The movie was entirely filmed on soundstages, even the "exterior" scenes, which involved 360 degree sets and lots of blue screens.

Industrial Light and Magic did over 505 visual effects-shots for this movie.

Tim Burton was attached to direct at some point, with Johnny Depp playing Count Olaf and Glenn Close playing Aunt Josephine. When Tim Burton left the project, Johnny Depp left as well. Brad Silberling replaced Glenn Close, feeling that Meryl Streep would be better for the role. Streep accepted the role of Aunt Josephine upon the request of her daughter, a huge fan of the books.

According to the illustrations in the original books, Violet wears a dress with the V-cuffed lower sleeves (a very common attire in space operas), Klaus wears a sweater with a button-down shirt underneath, and Sunny wears a small dress. The orphans' costumes in the movie are noticeably different.

It is the first Nickelodeon Movie to win an Academy Award.

Each Baudelaire orphan has one major difference between their movie costume and flaw in their wardrobe as described in the books. Klaus in the books is nearly blind without his glasses while, in the movie they are only needed for reading. Sunny in the books hated wearing a pink dress, but in the film her dress had a lot of pink in it. Violet in the book was unable to put braids in her hair because they would stay together, but in the movie she has braids nearly the entire time.

Some of the chores seen on the list of chores given to the Baudelaires by Count Olaf: 1. Fix the rear porch so it is back to code, 2. Dust and clean all the very important pictures of myself, 3. Clean the staircase, 4. Reupholster the living room sofa, 5. Dust and polish the wood furniture throughout the house, 6. Do all the laundry and make sure you separate the whites, the colors, and the polyesters (make sure to take special care with my costumes and delicate), 7. Iron all the clothes, 8. Sew buttons on clothes that are missing them, 9. Clean mirrors above my makeup table taking care that there are no streaks, 10. Wash the steps on the porch, 11. Prune trees in the front yard, and not to mention, 172. Prepare a delicious dinner for myself and my troupe

Brad Silberling describes the end credits as the Baudelaire children's dream (as they were sleeping in the last scene) of restless pursuit of Count Olaf. He also admits that the animations for the credits were finished one week before the movie's premiere.

Sham is another word for a false idea.

Violet tries to sign the marriage document with her left hand and Count Olaf says "Right hand please". This is a reference to the book in which Violet does sign the document with her left hand, after which Justice Stauss declares the marriage invalid since she did not sign it in her "own hand".

Violet tries to sign the marriage document with her left hand and Count Olaf says "Right hand please". This is a reference to the book in which Violet does sign the document with her left hand, after which Justice Stauss declares the marriage invalid since she did not sign it in her "own hand".

According to the letter the children receive at the end of the film, the Baudelaire Mansion, is at 23 Prospero Place, Boston, Massachusetts, USA.

During the final act of the film, the play performed by Count Olaf, "The Marvelous Marriage" is written by a man named Al Funcoot. Al Funcoot is an anagram of Count Olaf.

Whenever Sunny bites something, we hear her bite, but don't see her bite it.

Meryl Streep's character makes "grammatical" errors in her suicide letter, which are in fact spelling mistakes rather than grammatical errors. This is ironic seeing as she is purportedly a stickler for such things.

In Aunt Josephine's supposed suicide note, she purposely included spelling errors as a code for Klaus. She also misuses "it's" instead of "its", which is not one of the clues. However, in the book it is explained that the misuse of "it's" and "its" was to get their attention and prompt them to discover the real meaning.

Referências:
http://www.imdb.com/title/tt0339291/
http://www.adorocinema.com/filmes/filme-46317/

segunda-feira, 16 de julho de 2012

Vamos ao teatro?

Mariana Moura, mãe e atriz, entre outras tantas qualidades.
Esta grande amiga está em cartaz com a peça Conta Três.
O ingresso é super acessível e garanto que os pequenos vão adorar!
Vamos prestigiar?

quarta-feira, 4 de julho de 2012

A fantástica fábrica de chocolate - De carona no cinema

Veja dicas de outros filmes que tenham participações relevantes de bebês e crianças ali no cantinho esquerdo do blog. Saiba mais sobre o projeto, aqui.


Título original: Willy Wonka & the Chocolate Factory
Duração: 1h 38min 
Dirigido por Mel Stuart

Gêneros: Family | Fantasy | Musical /Comedy

Nacionalidade: EUA
Ano de produção: 1971


Sinopse

The world is astounded when Willy Wonka, for years a recluse in his factory, announces that five lucky people will be given a tour of the factory, shown all the secrets of his amazing candy, and one will win a lifetime supply of Wonka chocolate. Nobody wants the prize more than young Charlie, but as his family is so poor that buying even one bar of chocolate is a treat, buying enough bars to find one of the five golden tickets is unlikely in the extreme. But in movieland, magic can happen. Charlie, along with four somewhat odious other children, get the chance of a lifetime and a tour of the factory. Along the way, mild disasters befall each of the odious children, but can Charlie beat the odds and grab the brass ring?

Elenco

       Gene Wilder                  ...   Willy Wonka
       Jack Albertson              ...   Grandpa Joe
       Peter Ostrum                 ...   Charlie Bucket
       Roy Kinnear                  ...   Mr. Salt
       Julie Dawn Cole            ...   Veruca Salt
       Leonard Stone               ...   Mr. Beauregarde
       Denise Nickerson           ...   Violet Beauregarde
       Nora Denney                 ...   Mrs. Teevee (as Dodo Denney)
       Paris Themmen             ...   Mike Teevee
       Ursula Reit                    ...   Mrs. Gloop
       Michael Bollner              ...   Augustus Gloop
       Diana Sowle                  ...   Mrs. Bucket
       Aubrey Woods               ...   Bill
       David Battley                 ...   Mr. Turkentine
       Günter Meisner              ...   Mr. Slugworth (as Gunter Meisner)


Curiosidades

Este é o primeiro e último filme em que Peter Ostrum, intérprete de Charlie Bucket, atuou. Quando cresceu ele tornou-se veterinário.
Quando foi lançado originalmente nos cinemas americanos, a responsável pela sua distribuição foi a Paramount Pictures. Porém, todas as exibições posteriores de A Fantástica Fábrica de Chocolate, seja ela na TV, em vídeo ou nos próprios cinemas, foram realizadas pela Warner Bros.
Refilmado como A Fantástica Fábrica de Chocolate (2005).
This movie was shot in Munich, Germany, but the producers had to go outside of Germany to recruit enough little people to play the Oompa Loompas (one of the many tragic legacies of the Nazi era). Many of the people cast as Oompa Loompas (German or otherwise) did not speak English fluently, if at all. This is why some appear to not know the words to songs during the musical numbers.
Continuity: When Verruca Salt goes into the factory she is wearing white tights. When she's singing her song near the end of the film and she's about to go down the garbage chute, she is not wearing tights.


Diálogos marcantes

Willy Wonka: Don't you know what this is?
Violet Beauregarde: By gum, it's gum.
Willy Wonka: [happily, but sarcastically] Wrong! It's the most amazing, fabulous, sensational gum in the whole world.
Violet Beauregarde: What's so fab about it?
Willy Wonka: This little piece of gum is a three-course dinner.
Mr. Salt: Bull.
Willy Wonka: No, roast beef. But I haven't got it quite right yet.

Willy Wonka: Little surprises around every corner, but nothing dangerous.

Willy Wonka: No other factory in the world mixes its chocolate by waterfall.
[gently whispering in Mr. Salt's ear]
Willy Wonka: But it's the only way if you want it just right.

Fontes:
http://www.adorocinema.com/filmes/filme-52931/
http://www.imdb.com/title/tt0067992/

terça-feira, 3 de julho de 2012

03.07.2012 – O outro lado da moeda, ou da conversa.

Este post é candidato ao concurso “O melhor post do mundo da Limetree”- https://limetr.ee/br/home

Uma cena que se repetia muito quando Luna era pequena (era?!) consistia no seguinte diálogo entre mães e suas respectivas crias quando iam visitar minha filha em casa ou mesmo quando encontrávamos casais com filhos nas andanças da vida: “Filho(a), a Luna é pequenininha, ainda é um bebezinho, tem que tomar cuidado com ela, tá? Não pode gritar, porque ela se assusta.” Ou coisas do gênero. E sempre que isso acontecia eu ficava olhando com aquela cara de compreensiva, mas também com cara de mãe de primeira viagem que quer proteger a filha de tudo e de todos, com um sorrisinho no canto dos lábios, pensando “Tá prestando atenção no que sua mãe está falando? To de olho em você, hein! Obrigada Deus, por ainda existirem mães com um mínimo de bom senso”.
Mas quem dera nossos filhos pudessem vir com alguns botõeszinho de fábrica instalados pelo corpo (pouquinhos, tipo uma dúzia, ou duas, talvez) que pudessem ser acionados por controle remoto e funcionassem a uma distância de, pelo menos,1 km – se é pra viajar na maionese, que seja bem feito – pra poder almoçar na casa dazámigue sem se preocupar se o pequeno está entrando no banheiro e molhando a mão na água da privada.
É claro que eu sei que tudo é questão de educação; que se a relação da família com as crias é de conversa e minimamente de imposição de limites, existe uma maior probabilidade dos ‘di menor’ saberem o que é permitido e o que ‘não pode de jeito nenhum, por nada nesse mundo’.  Mas criança não é robô, e criança gosta de ultrapassar barreiras, de desafiar e de testar os pais, os avós, o Papa e o papagaio (sempre sobra pro coitado do papagio).
Mas recapitulando aqui esses 17 meses, acho que nunca passei por nenhuma situação extrema, de pegar rebentos alheios puxando a vasta cabeleira da minha cria ou batendo nela. O que acontece muito é de crianças um pouco maiores que ela pegarem brinquedos de sua mão, mas até aí, normal; criança quer satisfação imediata e fica um bom tempo na fase egocêntrica; e Luna, até pouco tempo atrás, deixava rolar. Mesmo Luna sendo grande – e forte! – pra idade dela, o que ainda acontece de vez em quando é, ao dividir o espaço de brincar com uma criança maior, ser derrubada num momento de correria e euforia; mas sem ossos quebrados ou cabeça aberta. Com relação ao barulho, Luna passou suas primeiras semanas de vida sempre rodeada de gente, família e visitas, então dorme até no colo do pai com ele gritando gol ao assistir um jogo do Timão. Resumindo, chegamos a este ponto sem nenhum trauma físico ou psicológico causado por filhotes alheios.
Acontece que Luna está a 10 dias de se tornar “oficialmente” uma criança. Segundo a Wikipedia, “Uma criança é um ser humano no início de seu desenvolvimento. São chamadas (...) bebê entre o segundo e o décimo-oitavo mês (...)”; e Luna completa um ano e meio no próximo dia 13.
No final de semana passado fomos fazer nossa primeira visita a um casal de amigos que acabou de “parir”. Na verdade essa era a terceira vez, mas nas anteriores Luna ainda era bem titica e tinha apenas dois ou três meses de diferença dos respectivos visitados. Agora era diferente, era uma ‘quase criança’ adentrando o recente habitat de um recente bebê. Então, pouco tempo depois de termos entrado no apartamento, me peguei tendo com a Luna um monólogo muito familiar, mas que nunca havia saído da minha própria boca: “Filha, olha que linda a Bia! Ela é tão pequenininha, né? E ela está dormindo, não pode fazer barulho, tá?”. E a tarde transcorreu bem. Como ficamos basicamente na sala, Luna acabou preferindo ficar por ali. Conforme o tempo foi passando e ela foi se entediando dos brinquedos que levei numa mala de viagens dentro de sua bolsa, a pequena (não tão pequena assim) foi querendo explorar o restante da casa; até porque, na entrada do quarto da bebê tinha uma estante cheia de bichos de pelúcia, muitos deles ao alcance das mãozinhas da minha ainda bebê.  E quando Luna estava prestes a escapulir, eu tentava conciliar duas coisas: o reforço na conversa e na distração, fazendo alguma brincadeira para tirar o foco na vontade de sair dali. Em alguns momentos ela desencanava numa boa, em outros – como quando me viu sair pra ajudar a mãe da bebê a dar banho nela e a deixei com Silvio na sala – ela chorava e queria fugir. Nos primeiros momentos eu ouvia de dentro do banheiro o escândalo da moçoila e a voz do Sil tentando convencê-la que eu voltaria logo. Depois de um tempo confesso que ignorei a situação e fiquei me deliciando com aquele serzinho quase 10 kilos mais leve do que minha giganta.
Luna de uniforme da escola.
Agora o crescimento será visível - e registrado! - mês a mês.
Na volta pra casa fiquei pensando em como já estou do outro lado do balcão, do outro lado da situação; como aquele sorrisinho de canto de boca desapareceu assim que entramos no apartamento dos nossos amigos e eu bati o olho naquela criaturinha tão indefesa no colo da mãe; e no lugar do sorriso ficou dentro de mim uma sirene constante, que mal me deixava tirar o olho da Luna – pra ter uma ideia, estava passando o final da EuroCopa e eu não vi NENHUM dos QUATRO gols marcados pela Espanha-, evitando que ela pudesse entrar no quarto da Bia enquanto a pititica dormia e derrubar todos os itens da estante no chão. Minha filha não é nenhuma terrorista demolidora de casas, não se penduraria no berço, nem no carrinho do bebê; não subiria na cama pra ficar pulando e gritando, nem iria entrar na cozinha, pegar uma panela com tampa e achar que está na banda do desfile do Jubileu da Rainha Elizabeth II; ela ainda não tem nem tamanho pra essas coisas. Mas a questão é que ela agora tem uma independência – e como tem! –, uma personalidade e uma coordenação motora que, juntas, possibilitam que ela circule e mexa em coisas que não deveria, mesmo coisas simples; principalmente quando algo já lhe é familiar, como itens pra trocar fraldas do quarto da Bia.
A questão é que mais uma vez tenho um sinal claro de que Luna está crescendo. Um simples diálogo que nunca havia acontecido me mostrou que temos um serzinho ainda pequeno e dependente de nós de muitas maneiras, mas que já está aí, circulando mais solta e que, por isso mesmo, precisa de outros cuidados, de outras conversas, de outros tons de voz de vez em quando. Caiu uma nova ficha – mais uma vez – de como o tempo passa rápido e como as situações que acontecem nos “obrigam” a cada dia a avaliar as nossas atitudes em relação á criação e educação da Luna.