sexta-feira, 7 de dezembro de 2012

Post offline

Comecei a escrever no blog pra deixar registrado – e compartilhado – esse mundo novo que se abria. Nunca tive ambições de alcançar grandes números de visualizações, leitores ou comentários. O retorno que eu esperava dele era afetivo, pra mim mesma e pra Luna, quando revisitássemos juntas estas linhas alguns anos depois.
Mas junto com o orgulho de ser mãe da Luna, sempre tive orgulho do blog, das linhas bem ou mal escritas sobre a nossa a vida, porque escrever sobre tudo isso – pra mim – exige muito. E sempre comentei sobre esta cria online quando o assunto permitia. Mas eu nunca tive certezas de quem lia ou não o que eu escrevia. Apenas meus pais, que eu sempre tive a certeza de se encaixarem no... Segundo grupo. Até que eu cadastrei por conta própria seus e-mails na ferramenta do blog ‘Receber atualizações por e-mail’.
Mas ontem, ao deixar Luna na escola, numa conversa rápida com a diretora, descobri que ela lê meus textos de vez em quando. Fiquei imensamente feliz, pois nunca imaginei que a Sylmara "perderia tempo" lendo um blog, levando em conta a quantidade de demandas que tem.
E numa ligação da minha mãe – ex-coordenadora, atual "consultora" pedagógica da escola e amiga Syl há muitos (muitos!) anos – descobri ainda que aquelas páginas feitas de palavras tão minhas fizeram sentido pra mais alguém. O telefonema aconteceu pra me convidar a escrever um pequeno texto pra agenda da escola. A ideia, na verdade, foi a de compor as primeiras páginas da agenda do ano que vem com textos de algumas mães; mas a ideia que surgiu por causa da leitura deste blog.
E o texto ficou assim:
“Filhos, desde o segundo que nascem, fazem com que repensemos nossas ações e nossos sentimentos. E isso acontece de um jeito natural, porque é o amor que atua ali. Entregar aquele pequeno ser nas mãos de outra pessoa – no meu caso, outras pessoas - e passar o dia inteiro longe dele são atos de coragem, independente do tempo que ele tenha. Mas pra mim foi – além de necessário - um ato de amor. Amor, pois, conhecendo a escola como eu conheço, eu sabia, desde o primeiro dia que Luna foi recebida, que aquele lugar seria tão importante pra ela como é a nossa casa. Ao ver que ela se joga no colo de qualquer profissional da escola que abre a porta, sei que ela é tratava com amor ali dentro. E cada final de tarde sinto que recebo e pego no colo uma filha diferente. Minha pequena que já desce andando as escadas da entrada; minha menina que dorme no carro voltando pra casa, por ter resistido ao sono durante o dia para não perder as atividades; minha criança que, antes do dela, diz o nome dos amigos quando começamos a cantar “Se eu fosse um peixinho...”. Minha filha que me surpreende a cada dia com descobertas que, tenho certeza, foram experimentadas pela primeira vez com as tias e os amigos da escola. A cada manhã, o abraço e o beijo de despedida só são seguidos de um sorriso – no rosto e na alma -, pois sei que minha filha está entrando num mundo mágico, num lugar maravilhoso que tem a feito crescer, por fora, e por dentro.”
Negando pela blogosfera materna há alguns meses, percebi que não tenho muita coisa. Não tenho parceria com empresas para divulgar seus produtos em troca de publipost – nada contra!-, nunca recebi convite de jornalista ou produtor querendo me entrevistar, nem comentários de alguém super famoso da blogosfera. Mas ter o reconhecimento que tive esta semana me dá forças pra continuar a escrever; continuar a falar sobre as nossas escolhas; continuar a querer contar a nossa história.